segunda-feira, 28 de maio de 2018

Currículo Monica Berger/ Zoe de Camaris


CURRÍCULO


DADOS PESSOAIS

Nome: MONICA PRADO BERGER
Nome artístico: Zoe de Camaris
Local de nascimento: Curitiba - Paraná



FORMAÇÃO

Especialista em Letras
Programa de Pós-Graduação em 
História Social da Linguagem
Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP
Instituto de Ciências Humanas e Sociais – ICHS
Formada em 2002

Graduação em Letras
Pontifícia Universidade Católica do Paraná -PUC
Curitiba – PR/1989

Magistério - 2o. grau
Colégio Divina Providência e Colégio Padre João Bagozzi
Curitiba – PR/1980



ATIVIDADES PROFISSIONAIS

Profice
Projeto Biblioteca Aberta:
a linguagem do hipertexto nas práticas de leitura
Centro da Juventude
Março a Maio de 2018
Almirante Tamandaré-PR

Fundação Cultural de Curitiba
Mini-Oficina de Análise e Criação Literária: A Voz do Escritor: 
Impressões em Expressão na Análise e Criação Literária
Palacete Wolf
Maio a Junho de 2015/Curitiba-PR

Fundação Cultural de Curitiba
Oficina de Análise e Criação Literária: A Voz do Escritor: 
Impressões em Expressão na Análise e Criação Literária
Palacete Wolf
Setembro de 2013 a Junho de 2014/Curitiba-PR

Fundação Cultural de Curitiba
Laboratórios de Ação de Leitura: A Leitura no Caminho dos Tijolos Amarelos
Palacete Wolf e Casa de Leitura Augusto Stresser
Setembro de 2013 a Junho de 2014/Curitiba-PR

Fundação Cultural de Curitiba
Oficina de Análise e Criação Literária:A Arte da Crônica: Leitura, Produção e Contextualidade
Palacete Wolf
Março de 2011 a Dez de 2102/Curitiba-PR

Fundação Cultural de Curitiba
Ciclos de Leitura:TROPICÁLIA-LEITURAS DO MOVIMENTO
Casas de Leitura 
Maio de 2011 a Dez de 2011/Curitiba-PR

Fundação Cultural de Curitiba
MITO E LITERATURA – Reinvenções e Releituras
Casa de Leitura Augusto Stresser
Fev de 2010 a Dez de 2010/Curitiba-PR

Fundação Cultural de Curitiba
CRÔNICAS/Palacete Wolf
Fev de 2010 a Dez de 2010/Curitiba-PR
Fundação Cultural de Curitiba

Fundação Cultural de Curitiba 
Ut Pictura Poiesis- Textos Plurais/Palacete Wolff
Março de 2008 a Julho de 2009/Curitiba-PR

Fundação Cultural de Curitiba
Texturas da Imaginação/Biblioteca da Fazendinha
Julho de 2007 a Maio de 2008/Curitiba-PR

Faculdade ESSEI
Professora de Redação e Literatura
Primeiro semestre de 2001/Curitiba-PR

Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Universidade Federal de Ouro Preto-MG
Professora do Depto. de Letras
Março de 1997 a Março de 1998

Fundação Cultural de Curitiba
Coordenação da Gibiteca
Curitiba – PR/1993 

Assembléia Legislativa do Estado do Paraná
Revisão e Redação
Curitiba – Paraná/Maio de 1986 a Março de 1994

Agência de Publicidade Umuarama
Revisora
Curitiba – Paraná/1988



CURSOS NA ÁREA DE LEITURA E LITERATURA

Festival de Inverno de Ouro Preto
Mulheres na Literatura
Ouro Preto – Minas Gerais/16 de julho de 2009

Seminário de Pós-graduação
A Literatura na Perspectiva da História das Idéias Teológicas
Professor Doutor José Carlos Barcellos - UFF
ICHS-UFOP
Mariana – MG/Novembro de 1998

O Jogo do livro infantil II - A leitura
Instituto de Ciências Humanas e Sociais - UFOP
Mariana – MG/Setembro de 1997

Curso de Hai-Kai com Alice Ruiz
Empório Cultural
Curitiba – PR/Março de 1995

Ciclo de Palestras com Paulo Leminski 
“O texto e o contexto”
Curitiba- PR/Setembro de 1987

Curso de Extensão Universitária em Língua e Literatura
Universidade Católica do Paraná/Abril de 1985


COMUNICAÇÕES, PALESTRAS, RODAS DE LEITURA

#COLETIVAS
Encontro de coletivos literários feministas
cuTUCando a Inspiração, encontro 35
Teatro Universitário de Curitiba/TUC
Curitiba/ 6 de maio de 2016

Leitura Poética
Lançamento da revista Coyote n° 24
Edição comemorativa 10 anos 
Paço da Liberdade/Sesc-PR
Curitiba/ 4 de agosto de 2012

Roda de Leitura em Comemoração aos 318 anos de Curitiba - Mediadora
Poemas de Ivan Justen Santana
FCC/Curitiba – Paraná/29 de março de 2011.

Roda de Leitura - Mediadora
Ítalo Calvino e o Tarot  em “O Castelo dos Destinos Cruzados”
FCC/Curitiba – Paraná/Junho de 2008
Fundação Cultural de Curitiba
Roda de Leitura - Mediadora
Ítalo Calvino e o Tarot  em “ A Taverna dos Destinos Cruzados”
FCC/Curitiba – Paraná/23 de setembro de 2008

I Seminário em Educação e Formação do Pedagogo
(como Zoe de Camaris)
Contos de fadas para crianças (análise simbólica dos textos)
UNIBRASIL/Curitiba – PR/25 de outubro de 2007

Encontro da Nova Consciência
O Sagrado Feminino na Contemporaneidade
A Presença do Tarot na Literatura
Campina Grande – Paraíba/16 a 20 de fevereiro de 2007

I Colóquio Acervo e Memória
O Arquétipo da Deusa negra no Brasil-Colônia: 
as visões de Rosa Egipicíaca
Mariana-MG/ICHS – UFOP/9 a 12 de novembro de 1999

VII Semana de Letras
As Murilianas no Pindorama – o feminino deificado em Murilo Mendes
ICHS-UFOP/Mariana-MG/Setembro /Outubro de 1999

IV Congresso e IV Mostra de Ciências Humanas, Letras e Artes
A Deusa Cristianizada
Universidade Federal de Viçosa – UFV
Viçosa-MG/Agosto de 1999

IV Ciclo de Estudos da Religião - A Arte e o Sagrado
O Vinho do Invisível
ICHS-UFOP/Mariana-MG/Janeiro de 1999

I Seminário de Pesquisa do ICHS
O Triunfo do Profano
ICHS-UFOP/Mariana-MG/Dezembro de 1998

Congresso Internacional Ouro Preto 300 anos
O 14º mistério: a transubstanciação
Instituto de Filosofia, Artes e Cultura – UFOP
Ouro Preto-MG/Julho de 1998


PUBLICAÇÕES

Blasfêmeas, mulheres de palavra
Antologia poética
Editora Casa Verde
Porto Alegre, 2016 

Poikilóthron
Livro de Poemas
Bolsa Nacional do Livro
Marianas Edições/ Abril de 2016

Publicações de Poemas
Edição comemorativa 318 anos de Curitiba
Fundação Cultural de Curitiba
Julho de 2010

O Devorador de Quimeras
Livro de Poemas, Contos e Prosa Poética
Edição do Autor
ISBN 978-85-909716-0-3
Julho de 2009

Revista Literária Coyote
Poemas
Seis poetas brasileiras/Outono de 2008 

Revista Marie Claire
Deusas Brasileiras – Histórias da mitologia indígena
Julho de 2003

Revista INTTERVALO
Colunista / Curitiba - PR
1995

PUBLICAÇÕES EM MEIO ELETRÔNICO 
 (Artigos, Poemas, Contos e Prosas Poética de Monica Berger, alguns sob o pseudônimo de Zoe de Camaris)



ISSN 2316-3887
http://www.youtube.com/BigRadiocaos Leitura de Poemas na RÁDIO CAOS ao Vivo

www.personare.com.br/revista REVISTA PERSONARE

ISSN 1983-2621

ISSN 0104-8589

ISSN 1519-2415





Monica Berger
Curitiba, maio de 2018

sábado, 28 de agosto de 2010

Morta de sono


Convenhamos: dormir é o gesto mais banal do mundo. Dormem reis, dormem papas, dormem mendigos, bichos, plantas - todos dormem. E quase tudo descansa se é esse o nosso desejo. Dormir é mais comum que morrer e nascer, princípio de economia inquestionável do corpo e da alma das coisas. No entanto, todos hão de concordar comigo, dormir é também coisa mais estranha do planeta para quem vê com os olhos livres, com a perplexidade dos ascetas. É só ficar de cara, absolutamente de cara.

Foi a conclusão que chegamos eu e minha irmã tomando um café arregado e filosofando de boca cheia. A conversa toda começou no mesmo quarto. Numa noite qualquer ela se levanta da cama, sonâmbula, se enrola na coberta e anda em direção a porta. Como a luz do corredor estava acesa e a porta entreaberta, não foi difícil ver sua cara cheia de Minâncora na moldura dos cabelos escuros e escorridos meio grudados na pomada. - Aonde essa guria vai, caramba? - me perguntei com o esboço de um sorriso no canto da boca, imaginando a tirada de onda de que me valeria no dia seguinte quando então, de camisola comprida e azul, ela pára, absorta e com a expressão perdida de sono, e se diz: - Sim, eu tenho que dormir... E caminha novamente para a cama. Deita-se e retoma o ronco.

Engraçado. Delicadamente engraçado.

Sim, eu tenho que dormir. Todas as noites. Obviamente me obrigo a comer também mas me viro com um pedaço de pão, algumas castanhas no meio da tarde, cafés e copos d'água. Descaso absoluto com as rotinas alimentares e imperativos biológicos.

Mas dormir, ah, dormir é um sonho. Melhor que tomar banho. A cama bem-feita, os lençóis cheirosos, travesseiros de nuvem e a falta de entendimento sobre a vida sem sobre-lençóis. Dependo deles como você deve depender de detalhes para o seu sono, nem que seja uma cadeira dura; olha eu tenho visto tanta coisa... Aliás, conta pra mim: Como é que alguém pode se render ao peso dos olhos e despencar, como se morresse, em qualquer lugar? Com a mesma roupa do dia? Mais: Como se dorme de sapatos sem estar bêbado?

Dormir requer elegância na sua estranheza metafísica. Luz suave, livros de cabeceira. Provocar o sono com literatura para que a passagem se dê delicada. Que os bocejos criem lágrimas que umedeçam a areia a medida que as linhas escorrem, água de clepsidra. Nessa hora, largo o livro resignada, tiro os óculos, apago a luz, me enrosco fetal feito um gato na maciez do sobre-lençol e deslizo para os braços dos deuses.

Mesmo assim, feliz na minha rotina sonífera, se acordo no meio da noite, nunca deixo de pensar o que é que estou fazendo ali, exatamente.